JUVENTUDE TRANSVIADA - REBEL WITHOUT A CAUSE - 1955 - DIREÇÃO NICHOLAS RAY - JAMES DEAN, NATALIE WOOD, SAL MINEO, DENNIS HOPPER - RMVB LEGENDADO

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CINEMA USA
FESTIVAL JAMES DEAN
JUVENTUDE TRANSVIADA
REBEL WITHOUT A CAUSE
1955
DIREÇÃO NICHOLAS RAY
JAMES DEAN
NATALIE WOOD
SAL MINEO
DENNIS HOPPER
RMVB LEGENDADO
BY SSRJ


A PEDIDO DE LIDIANE


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Sinopse:

Jim Stark é um adolescente revoltado contra tudo e contra todos, mas ninguém sabe porquê. Ao mudar-se para uma nova cidade, Jim (James Dean de Assim Caminha a Humanidade) espera encontrar entre os jovens o amor e a compreensão que ele tanto precisa. Mas as coisas não são tão fáceis assim. Para conquistar seu espaço ele terá que confrontar gangs de adolescentes disputando duelos e perigosíssimas corridas de automóveis. Junto com sua namorada (a belíssima Natalie Wood) e o amigo Plato (Sal Mineo), Jim forma uma nova "família" que se une contra a angústia e a dor do mundo inteiro. Com sua criatividade e perfeição conceitual, o diretor Nicholas Ray (de Johnny Guitar) faz uma análise da juventude alienada construindo uma obra-prima que foi considerada chocante e perturbadora.

Crítica:

Primeiramente, para além de todo julgamento estético, Juventude Transviada é um marco na arte contemporânea. É a primeira vez na história das formas sensíveis de expressão em que existe uma fissura irremediável entre os filhos e seus pais, entre jovens e velhos, de forma que é completamente impossível a um compreender o outro. É possível fazer toda uma história dos desenvolvimentos culturais da segunda metade do século XX baseado apenas nessa fissura: foi ela que deu o rock’n’roll, os movimentos de Maio de 68 na França, a luta contra o Vietnã nos Estados Unidos, toda espécie de organizações de contracultura e, ainda com reflexos hoje, a liberalização dos costumes sexuais e de comportamento. Juventude Transviada, é certo, prefigura muito pouco disso: trata apenas da história de três adolescentes frágeis – mas que são fortes o suficiente para saber que não podem suportar o mundo em que vivem – que tentam, em conjunto, suprir as necessidades um do outro. Necessidades estas – inclusive a necessidade de paternidade – que não poderia ser suprida pelo cuidado ou pelo amor dos próprios pais. Juventude Transviada é o primeiro documento artístico de uma época que problematiza o fim do elo que ligava uma geração a outra, e talvez o primeiro objeto que mereça ser procurado quando tentamos entender o porquê de hoje o "mundo jovem" ter se transformado não só numa idade privilegiada no meio das outras, mas por ser hoje "a" idade propriamente dita, a idade que movimenta a economia através do consumo de música, de cinema, da indústria de fitness, etc.
No entanto, Juventude Transviada não é apenas um documento, mas também um filme que caminha estilisticamente com suas próprias pernas, realizado por um dos poetas mais intensos de sua geração: Nicholas Ray.
Nascido em 1911 mas só tendo começado a fazer cinema depois do término da Segunda Grande Guerra – seu primeiro filme data de 1948 –, Nicholas Ray se torna rápido um diretor com marcas distintivas fortes. É um mundo de heróis frágeis, palpáveis, que tentam sobreviver num mundo cuja chave de decifração eles não detêm. Nesse mundo, a onipresente violência física e mental convive com a possibilidade de uma paixão arrebatadora e irrestrita. Em Cinzas Que Queimam, de 1951, a estrutura básica de Juventude Transviada está montada: um policial citadino, nitidamente afetado pelo desencanto e pelo ambiente em que vive, passa a agredir violentamente os criminosos que persegue. Depois do enésimo caso de violência acima do aceitável, ele é conduzido a uma investigação no campo onde encontrará uma mulher por quem se apaixonará, mesmo que isso implique reconsiderar sua relação com a violência e seu poder auto-destrutivo. O talento e a fluência de Nicholas Ray para filmar essas cenas extremas, tanto os arroubos de violência quanto os delicados momentos da paixão nascente, não fascinou de primeira a crítica americana, mas encantou os então jovens críticos da revista Cahiers du Cinéma, que trataram de classificá-lo como o mais importante cineasta do pós-guerra (Éric Rohmer, em sua crítica de Juventude Transviada, Cahiers nº59). Godard acreditava ser Ray a expressão pura do cinema: "Depois de assistir a Johnny Guitar ou Juventude Transviada, impossível não dizer que trata-se de algo feito exclusivamente pelo cinema, algo que seria inútil no romance, no teatro, mas que na tela grande resulta em algo fantasticamente belo" (Cahiers nº68).
Em Juventude Transviada, Nicholas Ray encontra um ator perfeito para designar todos os estados de espírito com os quais mais gosta de trabalhar: James Dean é ao mesmo tempo um rosto de bebê abandonado pela vida e, inversamente, a possibilidade de uma explosão de violência quando menos se espera. A passagem da faixa etária de seus protagonistas de adultos para adolescentes também ajuda a problematizar melhor alguns problemas dramáticos que sempre estiveram no escopo de Ray. Mal ou bem, os protagonistas mais importantes de Nicholas Ray, de 1949 a 1955, são adultos abandonados, Sterling Hayden, Humphrey Bogart ou Robert Ryan. Juventude Transviada observa a origem desse abandono, o momento que separa seus heróis solitários e trágicos do resto dos "homens de bem", e o motivo: uma sensibilidade diferente, uma dificuldade em aceitar o ritmo e os jogos dessa sociedade, uma instabilidade quase química que impede a vida sedentária e assentada da idade adulta.
Outro aspecto decisivo no estilo de Nicholas Ray é a força suprema que os ambientes exercem nas cenas. Numa cinematografia como a americana, acostumada com um estilo de cenografia neutro e uma direção de arte naturalista (Wyler, Huston), Ray explode toda a verossimilhança dos lugares e das vestimentas servindo-se deles mais para conotar a situação dos personagens do que para mostrar semelhança com o mundo real. As locações são evocativas e não saem da cabeça fácil: a neve e a casa solitária em Cinzas Que Queimam, a casa de Joan Crawford em Johnny Guitar, a mansão para onde os três heróis de Juventude Transviada fogem. Em Johnny Guitar e Juventude Transviada, ainda se acrescenta outra camada expressiva: a cor. Cineasta famoso por trabalhar com baixos orçamentos, Nicholas Ray pôde em seu melhor período filmar poucos filmes em cor. E seu uso é primoroso: cores aberrantes que rimam com os estados de espírito de seus personagens, seja as tonalidades da face de Joan Crawford (ainda e sempre Johnny Guitar) ou a jaqueta vermelha de James Dean nesse Juventude Transviada. Nicholas Ray nunca primou pelos meios termos em seus filmes. Sorte nossa: sentimos a emoção por inteiro.
By Ruy Gardnier

Elenco:

James Dean - Jim Stark
Natalie Wood - Judy
Sal Mineo - John 'Plato' Crawford
Jim Backus - Frank Stark
Ann Doran - Sra. Carol Stark
Corey Allen - Buzz Gunderson
William Hopper - Pai de Judy
Rochelle Hudson - Mãe de Judy
Dennis Hopper - Goon

Informações Técnicas:

Direção: Nicholas Ray
Roteiro: Stewart Stern, baseado em história de Nicholas Ray
Produção: David Weisbart
Música: Leonard Rosenman
Fotografia: Ernest Haller
Desenho de Produção: Malcolm C. Bert
Direção de Arte: Malcolm C. Bert
Figurino: Moss Mabry
Edição: William H. Ziegler

Premiações:

- Recebeu 3 indicações ao Oscar, nas seguintes categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Sal Mineo), Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Wood) e Melhor Roteiro.
- Recebeu 2 indicações ao BAFTA, nas seguintes categorias: Melhor Filme e Melhor Ator Estrangeiro (James Dean).

Curiosidades:

- Inicialmente Juventude Transviada seria em preto e branco, sendo que inclusive algumas cenas do filme chegaram a ser rodadas desta forma. A mudança para colorido ocorreu devido a uma decisão interna da Warner Bros., que, por razões de prestígio, decidiu que todos os filmes feitos em CinemaScope deveriam ser a cores.
- Nas cenas rodadas em preto e branco o personagem Jim Stark tinha uma concepção diferente, usando uma jaqueta marrom e óculos. Após a Warner ordenar a refilmagem a cores o diretor Nicholas Ray, com o consentimento do figurinista Moss Mabry, retirou os óculos do personagem e fez com que ele usasse uma jaqueta vermelha.
- O roteiro de Juventude Transviada foi criado se baseando em uma pequena história sobre disputa de gangues de jovens, tendo apenas a sequência do duelo de carros. A Warner comprou esta idéia e, apenas depois, se desenvolveu uma história em torno dela.
- O diretor Nicholas Ray pesquisou o cotidiano das gangues, acompanhando algumas em Los Angeles por várias noites.
- A atriz Jayne Mansfield esteve cotada para interpretar a personagem Judy.
- James Dean teve malária durante as filmagens.
- O ator Frank Mazzola fez parte de uma gangue de rua de Hollywood e ensinou James Dean sobre como lutar de forma realista com uma faca.
- A luta entre os personagens de James Dean e Corey Allen usou facas verdadeiras. Para rodar a cena os atores usaram proteção por baixo de suas roupas.
- A piscina vazia em que os personagens sentam e conversam sobre suas vidas foi especialmente construída para os sets de filmagens de Crepúsculo dos Deuses (1950).
- O orçamento de Juventude Transviada foi de US$ 1,5 milhão.
- Dean, Mineo e Wood tiveram mortes trágicas.

Dados do Arquivo:

Formato: RMVB
Áudio: Inglês
Legendas: Português (embutidas)
Duração: 1:51
Tamanho: 371 MB (04 partes)
Servidor: Rapidshare

This entry was posted on sexta-feira, outubro 23, 2009 and is filed under , , , , , , , . You can leave a response and follow any responses to this entry through the Assinar: Postar comentários (Atom) .

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