O CASANOVA DE FEDERICO FELLINI - IL CASANOVA DI FEDERICO FELLINI - 1976 - DIREÇÃO FEDERICO FELLINI - DONALD SUTHERLAND, TINA AUMOND, CICELY BROWNE - RMVB LEGENDADO

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CINEMA ITALIANO
FILMOGRAFIA FEDERICO FELLINI
FESTIVAL DONALD SUTHERLAND
O CASANOVA DE FEDERICO FELLINI
IL CASANOVA DI FEDERICO FELLINI
1976
DIREÇÃO FEDERICO FELLINI
DONALD SUTHERLAND
TINA AUMOND
CICELY BROWNE
RMVB LEGENDADO
BIOGRAFIA DE GIACOMO CASANOVA
BY SSRJ


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Sinopse:

Casanova é um veneziano, libertino, cuja vida é uma sequência de aventuras amorosas. Após um caso com uma freira, é condenado e preso. Consegue depois fugir da prisão e percorre várias cortes e cidades europeias, coleccionando seduções, paixões e orgias sexuais. A mulher gigante numa feira em Londres, uma cientista na Suíça, uma mulher mecânica em Gotemburgo, por todas se apaixona, até acabar os dias como bibliotecário na Boémia. Este filme é baseado livremente na obra autobiográfica do próprio Giacomo Casanova intitulada "A história da minha vida".

Em "Casanova", Fellini filma amor deslocado
Marcelo Coelho [colunista da Folha ]

Pouca gente lê, hoje em dia, os incontáveis volumes de memórias do veneziano Giacomo Casanova (1725-1798). Gabarola, jogador e charlatão, pretendia-se diplomata, filósofo, matemático, romancista; seu nome ficou para a história como sinônimo de conquistador e aventureiro. Não é um personagem antipático. Em filmes como "Casanova e a Revolução", de Ettore Scola, por exemplo, surge como uma espécie de sábio envelhecido e tolerante, a quem Marcello Mastroianni, já em fim de carreira, conferia o maior charme.
À primeira vista é difícil saber por que, depois do sucesso de "Amarcord" em 1974, Federico Fellini decidiu-se a adaptar as "Memórias" de Casanova para o cinema. O diretor tem uma indisfarçável antipatia pelo personagem --mas o filme não se torna menos notável por isso.
Ao lado de "Satyricon" (1969) e de "Roma" (1972), "Casanova" (1976) pertence ao grupo dos filmes "frios" (isto é, sardônicos, modernos, anti-sentimentais) de Federico Fellini. Não encontramos mais aquelas almas inocentes e brutalizadas presentes nos filmes da década de 1950, como "La Strada" ou "Noites de Cabíria". Tampouco a nostalgia agridoce de "Amarcord" e de "A Entrevista" se deixa vislumbrar nas cenas, sempre bizarras e elípticas, desta viagem de Fellini através das memórias do famoso libertino do século 18.
Tudo, a começar pela figura do protagonista (vivido por um Donald Sutherland descorado, exangue, como que feito de parafina) é feito para provocar no espectador o estranhamento, quando não a repugnância.
Não faltam, claro, as assustadoras mulheres fellinianas --embora o diretor desta vez tenha evitado as gordíssimas; aposta mais nas velhas, nas lunáticas e matusquelas. Mesmo a ótima música de Nino Rota não oferece seus habituais e envolventes prazeres ao ouvinte: é áspera, lembrando Stravinsky e Prokofieff.
As cenas de sexo, a que Casanova se dedica com profissionalismo e indiferença de ginasta, sucedem-se numa variedade estonteante de cenários, pretextos e países: uma ilhota em Veneza, uma estalagem em Dresden, um caótico palácio em Roma, um misto de santuário e laboratório alquímico em Paris acolhem as atividades do protagonista --que se vê em companhia, respectivamente, de uma freira que parece chinesa, de uma corcundinha de língua agilíssima, de uma italiana frígida e de uma anciã demente e ocultista.
Não é preciso dizer que, em todas essas ocasiões, Casanova está na verdade sempre só. A palavra "amor", algumas vezes pronunciada durante o filme, parece propositalmente deslocada e sem sentido.
Apatia e saciedade
Dizia-se muito, nos anos 70, que a voga da liberdade sexual terminaria provocando apatia e saciedade, depois dos escândalos iniciais. O filme de Fellini sem dúvida procura comprovar essa tese, exaurindo Donald Sutherland --e também o espectador-- ao longo de mais de duas horas de maquinais estrepolias.
Mesmo assim, quase 30 anos depois da estréia, "Casanova" não envelheceu. As estranhezas de estilo e as interrupções da narrativa parecem ter-se suavizado com o passar do tempo, abrindo mais espaço para a deslumbrante magia do filme. O contraste entre as cenas "vazias" --neve, bruma esverdeada, noite-- e os momentos de saturação quase oriental da tela --carruagens, brocados, adereços-- é operado magistralmente por Fellini, como que simbolizando o destino do personagem, que se alterna entre a promiscuidade e a solidão.
Não há praticamente nenhuma cena de nudez em "Casanova". Já as belas roupas, as cortinas, as cobertas, os véus, lenços, veludos e rendas funcionam como verdadeiros personagens do filme --do mesmo modo que o célebre plástico preto de uma das cenas iniciais. Utilizado por Fellini para fazer de conta que é água do mar, sua evidente falsidade serve para denunciar o artifício de tudo.
É que justamente o gosto do artifício, da cerimônia, da ilusão, aproxima o século 18 europeu do mundo tipicamente felliniano dos palhaços, do circo, do teatro, do Carnaval. O Casanova de Donald Sutherland é também um "clown", gélido e lamentável, caminhando sempre para o declínio --e Fellini não hesita em traçar uma hierarquia civilizacional entre as nações, que vai dos refinados salões franceses à rigidez espanhola, à esbórnia inglesa e à franca barbárie alemã.
Duas cenas antológicas valem o filme inteiro. O apagar das luzes num teatro em Dresden, enquanto Casanova fica de pé, sozinho, na platéia; e a aparição da carruagem do papa, fulgurante de ouro, sobre as águas congeladas do Gran Canale de Veneza, a que se segue uma dança estilizada e fúnebre do protagonista com sua derradeira amante. Quase insuportável; maravilhoso também.


Elenco:

Donald Sutherland,
Tina Aumont,
Cicely Browne,
Carmen Scarpitta
Clara Algranti
Daniela Gatti
Margareth Clémenti
Mario Cencelli
Olimpia Carlisi
Silvana Fusacchia
Leda Lojodice
Sandra Elaine Allen
Clarissa Mary Roll
Alessandra Belloni
Dudley Sutton
Majorite Belle
Daniel Emilfork
Luigi Zerbinati
John Karlsen
Reggie Nalder
Hans van de Hoek

Informações Técnicas:


Realização: Federico Fellini
Fotografia: Giuseppe Rotunno
Música: Nino Rota
Direcção de Arte: Danilo Donati
Argumento: Federico Fellini, Bernardino Zapponi segundo a autobiografia de Giacomo Casanova
Produção: Alberto Grimaldi
Data: 1976
Género: Biografia / Drama


Dados do Arquivo:

Formato: rmvb
Áudio: Italiano
Legendas: Português/BR
Duração: 2:28 h
Tamanho: 493 MB
Servidor: Rapidshare em 5 partes


This entry was posted on sábado, fevereiro 06, 2010 and is filed under , , , , , , , , . You can leave a response and follow any responses to this entry through the Assinar: Postar comentários (Atom) .

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