MEPHISTO - 1981 - DIREÇÃO ISTVÁN SZABÓ - KLAUS MARIA BRANDAUER - RMVB LEGENDADO

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CINEMA ALEMÃO
FILMES QUE GANHARAM O OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO
MEPHISTO
1981
DIREÇÃO ISTVÁN SZABÓ
KLAUS MARIA BRANDAUER
RMVB LEGENDADO
OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO 1982
BY SSRJ

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Sinopse:

Alemanha, 1930. Hendrik Höfgen é um ambicioso ator que não se interessa por política, se dedicando somente à sua carreira. Porém, quando os nazistas começam a tomar o poder, ele aproveita a oportunidade para interpretar peças de propaganda nazista para o Reich, e logo acaba se transformando no mais popular ator da Alemanha. Consumido pela fama, Hendrik agora precisa sobreviver em um mundo onde a ideologia do mal é seu pior pesadelo e o verdadeiro preço da alma de um homem se transforma na medida mais desprezível de todas.

Crítica:

Mephisto foi o projeto pelo qual o realizador húngaro István Szabó recebeu, pela primeira vez, grande reconhecimento internacional. Ele, que na época já tinha carreira cinematográfica doméstica de mais de vinte anos, concorreu com este à Palma de Ouro no Festival de Cannes daquele ano, vencendo os prêmios da Federação Internacional de Críticos de Cinema e de melhor roteiro, além da consagração com o Oscar de melhor filme em língua estrangeira – coincidentemente ligado ao fato de que o longa-metragem fora a primeira co-produção internacional da carreira do cineasta, sendo patrocinado pela Alemanha Ocidental, pela Áustria e pela própria Hungria.
Contextualizando o filme dentro da produção cinematográfica da época, Mephisto é algo já academicamente excessivo, que se utiliza da gramática classicista para construir sua narrativa, com pouquíssimas exceções, como o seu desfecho lírico, aberto para alguns, e sem final feliz. O cinema mundial, entretanto, já estava se constituindo de uma nova forma de se fazer filmes, considerando que o cinema hegemônico, o estadunidense, já se encontrava na fase pós-Tubarão (Jaws, 1975) e pós-Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977), e o próprio cinema alemão, referência mais próxima do cinema húngaro, via os últimos momentos do Cinema Novo local, pois em 1982 faleceria precocemente o cineasta Rainer Werner Fassbinder, colocando um ponto final nessa escola cinematográfica.
Mephisto, que foi roteirizado pelo próprio Szabó em colaboração com Péter Dobai, é baseado em Doktor Faustus, de autoria de Klaus Mann, filho do consagrado escritor Thomas Mann. O romance retrata a vida real de Gustaf Gründgens – apresentado como Hendrik Hoefgen, ator alemão que fora casado com a própria irmã de Klaus Mann, e que permaneceu na Alemanha mesmo após a subida de Hitler ao poder, se tornando um símbolo cultural do regime nazista, principalmente pela sua representação de Mefistófeles na peça Fausto, de Goethe, uma das poucas que eram permitidas na época.
O filme faz essa adaptação literária para o cinema de forma acadêmica e grandiosa. Começa já com uma mise-en-scène de uma apresentação operística - o rococó visual de Szabó continua permeando todo o filme, seja em grandiosos cenários e figurinos elaborados, seja em grandes tomadas de câmera. Esse tom épico, “maior que a vida”, enquadra perfeitamente a figura central de Hendrik Hoefgen, encarnado num tour de force magistral pelo ator Klaus Maria Brandauer, que viria a fazer sucesso internacional por conta deste papel.
Hendrik Hoefgen é um ator ambicioso que deseja o sucesso, e para isso sacrifica tudo o que acredita: esquece-se de seus ideais bolcheviques, de sua mulata amante alemã e dos próprios escrúpulos para tornar-se o maior ator do regime nazista e, posteriormente, diretor do Teatro Nacional Alemão. Seu ego cresceu proporcionalmente ao tamanho de sua fama, o que acabou causando o seu trágico destino.
A peça Fausto possui duas vertentes dentro da narrativa. A mais óbvia é a que é representada dentro da própria trama, já que a peça serve como consagração definitiva de Hoefgen como ator, encarnando Mefistófeles, e que o permite conhecer o Primeiro Ministro alemão, que o proporcionará todos os seus almejos. A segunda vertente, a do filme como estrutura, subverte os papéis e coloca Hoefgen como o personagem Fausto, ambicioso e que trava um pacto com o diabo para ascender; papel este do diabo que cabe ao personagem do Primeiro Ministro (Rolf Hoppe, inspirado na figura real de Hermann Göring, um dos mais populares líderes nazistas).
A última frase proferida por Hoefgen no filme representa bem o seu personagem. “O que querem de mim? Eu sou só um ator” simboliza o dilema de toda a gama de artistas em regimes totalitários, que muitas vezes sacrificaram – e sacrificam – suas crenças políticas, religiosas e de outros âmbitos em nome da própria sobrevivência. No caso de Hoefgen, este teve culpa por sua trajetória, já que teve a chance do exílio. Morreu em nome da fama e do sucesso.
Em relação a época em que Mephisto foi lançado, o início dos anos 1980, começava-se a geração dos yuppies, do início da globalização e da Perestroika russa. Morriam os ideais comunistas e humanistas, enquanto surgia uma nova burguesia, totalmente pragmática, global e ligada diretamente ao dinheiro. É sobre isso que Mephisto discorre: de um ator que vende a alma ao diabo em troca de “novos valores”. A classe média alemã foi nazista porque via nos nacionais-socialistas uma forma de enriquecer e sair da ruína provocada pela Primeira Guerra, sem cair no comunismo. Szábo vê então nessa nova ordem mundial (termo criado por Ronald Reagan) uma nova forma de nazismo: a busca do dinheiro a todo custo, a fama, a beleza física perfeita e outros valores que se perpetuam até hoje.
Por: Andy Malafaya

Elenco:

Klaus Maria Brandauer (Hendrik Höfgen)
Krystyna Janda (Barbara Bruckner)
Ildikó Bánsági (Nicoletta von Niebuhr)
Rolf Hoppe (Tábornagy)
György Cserhalmi (Hans Miklas)
Péter Andorai (Otto Ulrichs)
Karin Boyd (Juliette Martens)
Christine Harbort (Lotte Lindenthal)
Tamás Major (Oskar Kroge)
Ildikó Kishonti (Dora Martin)

Informações Técnicas:

Direção: István Szabó
Roteiro: István Szabó e Péter Dobai, baseado em livro de Klaus Mann
Produção: Manfred Durniok
Diretor de Fotografia: Lajos Koltai
Trilha Sonora: Zdenkó Tamássy
Figurinos: Ágnes Gyarmathy
Direção de Arte: Nagy János e József Romvári
Montagem: Zsuzsa Csákány

Premiações:

Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes.
Prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema no Festival de Cannes.


Curiosidade:

Baseado no romance Mephisto, de Klaus Mann, que retrata a vida do cunhado do autor, Gustaf Gründgens. Por causa disso, o filme foi proibido na Alemanha até 2000.

Dados do Arquivo:

Formato: RMVB
Tamanho: 470 MB
Duração: 2:23
Áudio: Alemão
Legendas: Português

This entry was posted on terça-feira, setembro 29, 2009 and is filed under , , , , , , , , . You can leave a response and follow any responses to this entry through the Assinar: Postar comentários (Atom) .

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